Como você está, honestamente?

O setor de energia está passando por uma grande transformação, e a sustentabilidade está cada vez mais em foco. Mas a sustentabilidade não se aplica apenas a fontes de energia renováveis ou a geradores e redes de transmissão mais verdes. Também precisamos abordá-la em relação às pessoas e sua saúde mental no trabalho. Isso significa sustentabilidade no sentido de: todos recebem o apoio emocional de que precisam para continuar fazendo seu trabalho? Nossas práticas de trabalho atuais são sustentáveis?

Garantir que nossos funcionários sintam que trabalham em um ambiente mentalmente saudável é uma aspiração que desejamos cumprir, especialmente sabendo o quão estressante é fazer uma empresa de energia como a nossa ter sucesso na atual situação global.

Vinod Philip, Membro do Conselho Executivo para Funções Globais, Siemens Energy, disse: “Existe um imperativo de negócios sobre porque isso é importante. Além da parte humana, você precisa ser uma organização da qual as pessoas queiram vir e fazer parte. Você quer ser uma organização onde as pessoas queiram ficar, onde as pessoas possam entrar, ser seu verdadeiro eu e depois também se tornar o melhor de si mesmo.”

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de uma pessoa em cada oito vive com um transtorno mental, o totaliza quase um bilhão de pessoas. Mas o número de afetados é ainda maior do que isso: o Relatório de Saúde Mental no Trabalho de 2021 da Mind Share Partners revelou que 76% dos entrevistados experimentaram pelo menos um sintoma de uma condição de saúde mental no ano anterior.

O suicídio é responsável por mais de uma em cada 100 mortes e é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Pessoas com condições graves de saúde mental morrem em média dez a vinte anos mais cedo do que a população em geral.

Duas das condições de saúde mental mais comuns, depressão e ansiedade, custam à economia global US$ 1 trilhão a cada ano. A pandemia agravou muito a situação. A OMS relata um aumento de 25% na ansiedade e depressão em todo o mundo. No entanto, esses números não transmitem totalmente o quão debilitantes os problemas de saúde mental podem ser para aqueles que os experimentam. Primeiro, apenas ouvir como nossos funcionários descrevem como se sentiram, nos diz que existem diferentes tipos de problemas de saúde mental. 

Em segundo lugar, esses problemas afetam a equipe em todos os níveis, desde à liderança até o chão de fábrica. Os gerentes não estão imunes; na verdade, eles podem até ser mais propensos a apresentar sintomas, uma vez que estão tentando cuidar dos outros, além de si mesmos.

Terceiro, alguns ambientes de trabalho podem afetar negativamente a saúde mental. As empresas estão enfrentando uma pressão crescente em uma economia global desafiadora. Especialmente quando olhamos para a transformação do setor de energia em meio a pedidos para tornar a energia mais acessível, confiável e sustentável. Esse tipo de pressão pode atingir os funcionários e afetar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

Não surpreendentemente, esse tipo de pressão causou um aumento acentuado no número de funcionários que deixaram seus empregos por motivos de saúde mental. O estudo da Mind Share Partners com 1.500 adultos em vários setores nos EUA descobriu que, em 2020, 50% dos funcionários demitidos citaram isso como o motivo da saída, em comparação com 34% em 2019.

Saídas nesta escala claramente têm implicações para a sustentabilidade de qualquer negócio.

Então, por que, dada a escala e a gravidade do problema, as pessoas estão relutantes em falar sobre isso? Lamentavelmente, muitas pessoas ainda sentem que há um estigma associado aos desafios da saúde mental. E para alguns, incluindo Mandy, há um medo de que revelar sua luta possa custar-lhes o emprego:

A necessidade de incentivar e permitir que os funcionários se manifestem não poderia ser mais clara. Não apenas porque é uma coisa boa e cuidadosa de se fazer em um nível pessoal, mas porque é uma coisa essencial para a saúde do negócio a longo prazo.

Assim como a sustentabilidade na geração e transmissão de energia, a solução aqui é adotar uma abordagem colaborativa; trabalhando juntos para o melhor resultado, pois ninguém pode fazer isso sozinho.

Essa aliança começa em um nível pessoal, com colegas perguntando uns aos outros: 'Como você está, honestamente?' - depois, ouvindo e perguntando como eles podem ajudar. 

Como diz Nadine: “O  importante é que quando perguntamos 'Como você está?', estejamos prontos para ouvir. Eu sempre tento ter conversas abertas com minha equipe para realmente entender: ‘Ok, você está se sentindo bem? Como você está? Como estão as coisas na sua vida? Quero dizer, você gostaria de conversar?' É importante abrir esse tipo de conversa.”

Mas, além disso, é preciso haver uma mudança de cultura em toda a empresa; uma tarefa grande, mas vital. E isso precisa ser mais do que fornecer iniciativas de curto prazo e recursos de solução rápida. As empresas precisam adotar uma abordagem mais abrangente e tornar toda a sua cultura empática e atenciosa. Uma cultura mais aberta é o que os funcionários querem ver. E é nisso que estamos trabalhando na Siemens Energy

Nossa estratégia é: promover uma cultura de diálogo aberto e honesto sobre saúde mental, proteger os funcionários dos aspectos do trabalho que possam causar estresse e apoiar os colegas afetados por esses problemas.

Temos um Programa de Assistência ao Funcionário, um serviço de aconselhamento confidencial e profissional disponível para funcionários em quase todos os mercados. Ele pode ser acessado por funcionários que buscam apoio individual, por gerentes que desejam aprender mais sobre como cuidar de suas equipes e por embaixadores de saúde mental que estão sendo treinados em um número crescente de países.

Nadine disse: “A Siemens Energy disponibilizou diversas ferramentas para auxiliar os colaboradores na pandemia. Um deles era um aplicativo que oferecia sessões de terapia gratuitas. Isso foi realmente útil.”

Uma cultura mais aberta é o que os funcionários querem ver. E é exatamente isso que queremos dar a eles. Como é essa cultura? Os elementos incluem, mas certamente não estão limitados a:

• Priorizar abertamente o problema e construindo entendimento em toda a empresa.
• Valorizar discussões abertas e garantir que aqueles que falam, não sejam marginalizados ou estigmatizados.
• Abordar e eliminar os fatores que afetam negativamente a saúde mental dos funcionários. (84% dos entrevistados da pesquisa Mind Share Partners relataram pelo menos uma dessas causas)
• Introduzir maior flexibilidade de trabalho, juntamente com políticas aprimoradas de doença e folga.
• Fornecer recursos aos quais as pessoas possam recorrer para obter ajuda.
• Líderes compartilhando suas próprias experiências pessoais como um modelo de abertura, para permitir que suas equipes sintam que realmente podem fazer o mesmo.
• Treinamento para todos os gerentes sobre como lidar com conversas sobre o assunto e criar um ambiente seguro e solidário.
• Reconhecer a ligação entre saúde mental e questões de diversidade e usando linguagem e comportamento inclusivos para refletir isso.

Não estamos dizendo que somos perfeitos. Não estamos dizendo que encontramos a fórmula mágica de cura. Ainda temos um longo caminho a percorrer. Mas queremos aprender mais, investir mais, falar mais e ouvir mais – buscando soluções que ajudem e energizem cada membro da equipe da Siemens Energy para que eles possam levar essa energia para a sociedade em geral.